top of page
Veja as galerias de imagens Zoelas
Veja as galerias de imagens Zoelas
​Saem à luz do dia os primeiros resultados das escavações

Últimos Achados Arqueológicos 

Identificado como possível capital dos Zoelas, este lugar emblemático da arqueologia transmontana começou a revelar mais algumas das suas características, fruto dos trabalhos agora desenvolvidos. Na verdade, os resultados obtidos durante a primeira campanha de escavações arqueológicas não permitem ainda responder de modo inequívoco à pergunta inicial que trouxe a equipa da Universidade de Coimbra a este lugar. Mas os resultados entretanto obtidos permitem já esboçar a face de uma outra realidade que permanecia soterrada e que, com a continuidade dos trabalhos, poderá revelar com mais clareza o perfil da população que desde há cerca de 2.000 anos viveu na Torre Velha / Terras de S. Sebastião, em Castro de Avelãs.

Seja como for, os resultados até agora obtidos, quer durante o trabalho de campo, quer no decurso do trabalho laboratorial que se lhe seguiu, mostram que este lugar, na antiguidade, ocupou vários hectares e foi habitado pelo menos durante cerca de mil anos. Com efeito, para além de se ter registado uma importante ocupação romana (séc. I-V d.C.) e de ser inclusivamente possível o registo de uma ocupação anterior, pré-romana (inscrita na proto-história), este lugar revelou importantes vestígios do período suevo-visigótico e também dos séculos seguintes, que antecederam a formação do reino de Portugal.
Ao período romano pertencem algumas das estruturas habitacionais identificadas em escavação, para além de vários tipos de materiais associados (desde as habituais cerâmicas às raras moedas). Muitos destes materiais serão inclusivamente importados, de paragens mais ou menos longínquas, como sejam, entre outros, as cerâmicas finas de servir à mesa (terra sigilata) ou a pedra de um anel habilmente trabalhada (com um curioso cavalo com rabo de peixe, gravado como elemento decorativo numa pequena pedra)
Mas este lugar sobreviveu à queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C. Provam-no alguns vestígios de carácter habitacional e, sobretudo, um extenso espaço funerário, com vários enterramentos, cujas datações, obtidas de acordo com o método do Carbono 14, permitem inscrever esse lugar de enterramento genericamente do período alto-medieval. Nesta necrópole foram até agora identificadas 18 sepulturas, com um total de 19 enterramentos, 3 reduções e 3 ossários. Determinou-se o sexo em 12 dos 22 indivíduos, sendo que 6 são do sexo masculino e 6 do sexo feminino. Relativamente à idade à morte, 3 dos indivíduos são adolescentes com idades entre os 13 e os 20 anos e 9 são adultos com idades entre os 21 e os 65 anos de idade. Os indivíduos do sexo masculino apresentam uma estatura média de 170,5 cm enquanto a dos indivíduos de sexo feminino situa-se nos 166,5 cm. Estas são, por agora, algumas das conclusões a que os investigadores chegaram em termos de estudo antropológico.
A confirmação de uma importante ocupação da Torre Velha nos alvores da Idade Média remete para uma outra problemática muito interessante, que continua em aberto, e para a resolução da qual esta intervenção poderá, eventualmente, contribuir: onde se situaria a paróquia suevo-visigótica de Brigantia?
Aguarda-se pelos resultados da campanha de escavações que decorrerá durante todo o verão do corrente ano, e talvez as novas descobertas possam dar resposta às perguntas colocadas ou então suscitar novas e estimulantes perguntas ...

bottom of page