



No seguimento do nosso trabalho sobre quem foi o povo Zoela, a nossa equipa deslocou-se ao “Laboratório de Arqueologia” onde docentes e alunos do Mestrado em Arqueologia e Território analisavam alguns dos materiais e vestígios recolhidos durante as escavações desenvolvidas na zona de Castro de Avelãs em Bragança no Verão de 2012.
Além do privilégio de visionarmos in loco os materiais (cerâmicas, moedas e outros achados) recolhidos pelos arqueólogos durante o Verão de 2012, tentámos procurar entender qual era o feedback por parte dos alunos face à experiência vivida durante as escavações em Castro de Avelãs. Os alunos de mestrado entrevistados estavam muito agradados com a oportunidade que a Faculdade de Letras lhes proporcionou, realçando que a experiência obtida nas escavações foi muito enriquecedora por lhes ter permitido adquirir novas competências: “… é fundamental o trabalho de campo … a Universidade e o nosso curso consegue dar-nos essa bagagem ao proporcionar-nos este tipo de experiência prática e continuada durante semanas …”, afirmou Fábio Vieira. Sublinhe-se ainda a ideia manifestada por todos de que o trabalho de campo é fundamental pelo facto de transmitir novos conhecimentos que o trabalho teórico tem dificuldade em facultar: “… saber bem na teoria não nos faz bons arqueólogos”, disse por seu lado Daniela Simões.
A ida a esse espaço de laboratório permitiu-nos ainda falar com um especialista na matéria, o ceramólogo espanhol da Universidade de Vigo, Adolfo Fernández. Para este, os achados recolhidos nas escavações poderão trazer novos dados referentes ao povo Zoela. Entre eles, ao identificar os tipos de cerâmica recolhidos e ao “…tentar contextualizar as cerâmicas dentro dos níveis estatigráficos…”, é possível estabelecer, como afirmou, datações para a ocupação do sítio e determinar relações comerciais que poderão ser a longa distância. Para Adolfo Fernández todas estas informações permitirão conhecer melhor a comunidade que viveu neste local tanto há cerca de 2.000 anos como há 1.500 anos.
Reportagem no Laboratório de Arqueologia
Juntando as peças do puzzle